A menina poeta

A menina estava decidida. Queria ser poeta e pronto.

Para a mãe, a decisão da filha não passava de mais um disparate, um capricho bobo de menina. Na cabeça da genitora, as crianças mudam de opinião como trocam de camisa.

A menina já tinha nove anos e três meses e estava decidida. Nada ia mudar os seus planos.

A mãe começou a ficar preocupada, quis saber desde quando a filha havia decidido pelo mundo das letras. Feito uma matraca, a garota contou que tudo aconteceu durante a Feira de Livros da escola. Disse que ela não queria, mas aqueles livros, daqueles poetas…

Assim que começou a ler os versos não parou mais. Leu Vinicius de Moraes, Sérgio Capparelli, Elias José, José Paulo Paes, Cláudio Thebas, Chico dos Bonecos e tantos outros mais. Depois assistiu a uma apresentação do Chico: um poeta de carne e osso, de palavras e brinquedos. Um poeta de verdade!

O Chico desenrolou um monte de brinquedos: jabolôs, escada de maracá, corrupios, porém, os brinquedos falados como os trava-línguas e as línguas secretas, fizeram seus olhinhos brilharem de um jeito… Quando o Chico olhou bem dentro dos olhos dela, já foi logo dizendo: “Menina Gudina de Maracutina Xiringabutina”.

Claro que a menina ficou toda orgulhosa e quem não ficaria com um mimo desse? A mãe alertou a filha para os perigos que representam os poetas. Disse que os poetas são seres que enchem a cabeça da gente, são uns amalucados e tal e coisa. Comentou ainda que os poetas são os pais dos castelos de areia, dos ventos desavisados; fazem a gente sofrer de metáforas.

Antes de morder a bisnaguinha com manteiga, a menina encarou a mãe e lhe disse: “A senhora tem cada ideia, heim!

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