Confissões de um louco*

Antes de tudo

Pra começo de conversa, gostaria de dizer que eu não sou louco. De jeito nenhum. Louco é quem faz a guerra; quem semeia a miséria; quem se faz de manso pra depois atacar; quem pode ajudar e não ajuda; quem devia amar ao próximo e não ama. Neste momento, me dei férias desse mundo caduco. Estou fechado pra um balanço nas ideias. Daqui pra frente, o meu negócio é pedalar nuvens, dar nome às estrelas, empinar voos e descansar no macio das coisas espirituosas.

Só um palpite

Acho que alguém deveria fechar a torneira. Pra que esse desperdício todo? Desse jeito vamos acabar com todo o ar do planeta.

Muito prazer

Esse dedo me pertence, senhor! O nariz também. Tá duvidando? Pensa que não sei que eu sei que você não tira os olhos de mim! Pode parar! Ora, ora, quem sou eu? Vejo que você não conhece nada sobre a história da humanidade. Vai dizer que não sabe que eu sou Alexandre, o Grande!

Avião emprestado

Peguei um avião. Ele está na garagem. Um avião bem grandão. Peguei, é. Ele ia cair no chão. Não deixei, não. Já pensou que confusão se ele caísse! Foi por causa de um passarinho. O Avião tropeçou nele. O avião não é meu, ele é emprestado, mas se quiser voar…

*Textos publicados no meu livro Confissões de um louco

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