Comissão do atum pressionada para proibir pesca do atum-rabilho do Atlântico

atum-rabilhoA WWF, organização de conservação global, pressiona os países que se reúnem esta semana no Brasil para concordarem com a proibição temporária e urgente da pesca do atum-rabilho do Atlântico (Atlantic bluefin tuna), como uma medida essencial para evitar o colapso dos stocks desta espécie.

A Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico (International Commission for the Conservation of Atlantic Tunas – ICCAT) está reunida no Recife, Brasil, para a sua reunião anual e os 48 membros que a integram estão sob pressão para definirem medidas efetivas de proteção e defesa, a longo prazo, da sobrevivência de uma espécie que tem sido vitima da pesca ilegal e da sobre exploração, num claro desrespeito pela ciência.

A WWF quer ver o atum-rabilho sobreviver no futuro, porque é uma espécie maravilhosa e tem suportado a indústria de pesca desde há milhares de anos” disse Dr Sergi Tudela, Diretor do Programa Pescas da WWF Mediterrâneo. “Este é o papel do ICCAT: assegurar a exploração comercial sustentável do atum-rabilho, missão que tem falhado de forma desastrosa neste mandato, conduzindo a um cenário em que não resta nenhuma outra opção a não ser a proibição da pesca desta espécie e deixar este peixe recuperar. É a única saída, não existe um possível Plano B.”

Até a própria análise do ICCAT mostra que uma moratória será a melhor saída para dar a esta espécie a oportunidade de recuperação face ao problema grave da sobre exploração dos sotcks de atum-rabilho no Oceano Atlântico e no Mediterrâneo. O comitê científico desta organização analisou os stocks deste peixe numa reunião extraordinária, que se realizou em Outubro, onde foi demonstrado, com base nos seus próprios dados, que o atum-rabilho do Atlântico preenche todos os critérios para ser listado no Apêndice I da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora (Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora (CITES), tal como foi proposto pelo Principado do Mónaco e que será alvo de votação no próximo mês de Março – um passo que iria proibir todas as trocas comerciais internacionais desta espécie.

A WWF considera que a proibição da comercialização desta espécie é uma medida paralela necessária a uma moratória sobre a pesca. A análise científica do ICCAT mostra ainda que uma suspensão da pesca é a única forma de assegurar a continuidade e sobrevivência do atum-rabilho do Atlântico, para que a espécie deixe de estar abrangida pelo critério do Apêndice I da CITES até 2019.

“Os stocks de atum-rabilho estão em colapso, mais ainda que a reputação do próprio ICCAT” acrescentou Sergi Tudela da WWF. “Para que o ICCAT justifique a sua existência e mostre ao mundo que é capaz de realizar uma gestão responsável das pescas, a única saída será colar-se ao que a ciência diz, encerrar agora a pesca do atum-rabilho e dar a este peixe a possibilidade de respirar. Outra coisa seria dar uma estalada na cara à ciência, aos que se preocupam com a sustentabilidade do peixe que consomem e à própria sobrevivência do ICCAT – se não existir peixe, não existirá mais peixe para gerir.”

A ciência mostra que a população de atum-rabilho tem declinado para níveis abaixo de 15% dos níveis de pré-pesca e pode ainda descer até aos 10%.

Na reunião do ano passado, os membros do ICCAT passaram por cima do conselho do seu próprio comitê científico e nem a possibilidade de encerramento da pesca mantiveram na agenda. A comissão do atum espantou o mundo com a proposta de um esquema que continuou a favorecer a sobre exploração, que nomeou de plano de recuperação mas que a WWF chamou de “plano de colapso”. Em resposta, um número crescente de retalhistas, restaurantes, chefs e consumidores estão a parar de comprar, vender, servir e comer esta espécie ameaçada.

Fonte: WWF

Atum-rabilho

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Scombridae
Género: Thunnus
Espécie: T. thynnus
Nome binomial
Thunnus thynnus
( Lineu, 1758)

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