DIRETO DO CLUBE MILITAR – DANDO NOME AOS BOIS.

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O Brasil É Um Circo

 

“Se as coisas não fossem chamadas por seus verdadeiros nomes, as proposições seriam enganosas e, quando as proposições são enganosas, nada pode ser realizado”.

Confúcio

 

A validade de muitos conceitos depende diretamente da precisão dos termos empregados. Distorcer ou inverter o sentido das palavras tem sido mais uma técnica desonesta adotada pela esquerda mundial. Alguns exemplos: República Democrática da Alemanha – a antiga Alemanha Oriental, governada por um dos regimes menos democráticos da Europa no pós-guerra; República Popular da China – como se o povo chinês tivesse alguma força para interferir no governo de seu país; ou, mais completa ainda, República Popular Democrática da Coreia do Norte, autodenominação inatacável; clero progressista, em vez de clero esquerdista, como se a adoção de ideias comunistas e ateias por parcela do clero fosse atitude cristã e progressista.

Essa apropriação indébita de palavras e seu emprego com significado diverso, por vezes oposto ao seu real sentido, tem como consequência imediata a colocação dos adversários na defensiva, em posição desvantajosa. Quem pode ser contrário ao que é democrático, popular e progressista? Por definição, os opositores são antidemocráticos, antipopulares e retrógrados.

Outra maneira de usar as palavras com significado diferente do original é adotar o vocabulário “politicamente correto”, como se mudando palavras ou expressões por eufemismos de gosto duvidoso, a situação representada deixasse de ser grave ou preconceituosa. Mais alguns exemplos: afrodescendente, socialmente prejudicado, movimentos sociais, sociedade civil, segurança cidadã. Às vezes, formam-se expressões de difícil entendimento, um verdadeiro samba do afrodescendente psiquicamente prejudicado.

Cria-se, assim, uma novilíngua, termo inventado por George Orwell em sua obra “1984” (lançada em 1949), significando um idioma fictício criado por um governo hiperautoritário, pela condensação ou remoção de palavras ou mudança de algum de seus sentidos, com o objetivo de restringir o escopo do pensamento. A novilíngua está ligada a outra genial ideia do autor, o duplopensar, também em voga atualmente no Brasil, que é a arte de guardar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias, e aceitá-las a ambas.

A busca por um nome politicamente correto leva-nos a uma situação estranha: o desaparecimento da antiga “direita” no espectro político nacional. Mesmo o agrupamento mais direitista dos tempos recentes denominava-se “Centrão”, não admitindo ser direitista, ou conservador, ou tradicionalista, ou liberal, pois qualquer desses adjetivos carimbaria a associação com o indesejável e execrado rótulo de “direita”.

Assim, na recente realização de eleições para a presidência da república e o governo dos estados, observou-se que todas as coligações partidárias, mesmo as mais esdrúxulas, fizeram questão de ostentar em sua denominação termos como socialista, trabalhista, popular, democrático e outros, associados comumente ao conceito tradicional da “esquerda”. Mesmo o amplo conceito de democracia, que significa governo do povo, sistema em que o povo participa do governo, sofreu essa pirataria semântica. Desse modo, as mais estranhas e antidemocráticas criações esquerdistas, como o regime “bolivariano” (seja lá o que isso signifique), a ditadura castrista, todos alardeiam sua natureza “democrática”, embora o povo não participe livremente da eleição de seus representantes, a não ser para corroborar a escolha feita pelo partido único ou pelo iluminado líder messiânico que o controla.

Na busca do politicamente correto, até partidos mudam de nome, como ocorreu com o Partido da Frente Liberal, denominação muito direitista, que se rebatizou de Democratas, por certo designação mais genérica e que obedece ao padrão da moda.

Trata-se de alterações semânticas aceitas e difundidas pelos órgãos jornalísticos, criadas pelo viés ideológico que tudo contamina ou por erros de raciocínio propositais e que, repetidas à exaustão pelo senhor feudal ou seus arautos, acabam sendo aceitas como vernaculares. Com certeza, George Orwell não pensava que sua ficção era uma profecia.

Dentro em breve, precisaremos de um Dicionário do Politicamente Correto, onde veremos registradas as expressões correntes e seu real significado. Alguns verbetes:

– Base de apoio governamental, base de apoio político, base aliada ou simplesmente base = aglomerado de dezenas de partidos políticos ou de políticos sem partido, que mercadejam seus votos e tempo de exposição na televisão em troca de favores governamentais: cargos, empregos, nomeações, contratos, terceirizações, apadrinhamentos, promoções, concessões de emissoras de rádio ou de televisão, comissões, mensalões etc;

– Comissão Nacional da Verdade (PNDH-3) = Comissão Esquerdista da Vingança;

– Controle de qualidade jornalística (PNDH-3) = censura; ver controle social da mídia;

– Controle social da mídia = censura da imprensa por parte de comissários do partido e sindicalistas, organizados como um soviete interno nas redações, de modo que os órgãos de comunicação só publiquem o que interessa ao governo ou ao partido; censura;

– Democracia direta (PNDH-3) = aprovação de leis por meio de plebiscitos e referendos devidamente controlados pela máquina governamental, com fechamento, domínio total ou desbordamento do Congresso, que passará a ser irrelevante; ditadura do Executivo, como ocorre na Venezuela e na Bolívia;

– Democrático = comunista, socialista, sindical, estatizante;

– Elite = grupo humano loiro e de olhos azuis, reacionário, golpista, direitista, ultraconservador perigosíssimo, carrasco dos pobres (pobres = povo);

– Estado forte = estado obeso, cabide de emprego para os “cumpanheiros”;

– Função social da propriedade = qualquer justificativa para espoliar o direito à propriedade garantido pela Constituição, relativizando-o ou exigindo-lhe o cumprimento de metas “sociais” não muito claras e sujeitas a mudanças dependentes do humor ou do interesse de quem as define no momento;

– Mídia = termo pejorativo que designa todo jornal ou órgão de comunicação que não justifique e defenda os desmandos e o golpismo do governo e do seu partido;

– Movimentos sociais = movimentos terroristas, movimentos armados, instrumentos da tomada do poder, organizados, apoiados, explorados e financiados pelo governo e por ONG estrangeiras;

– Nação indígena = tribo ou grupo de tribos indígenas, que podem ser até rivais e inimigas, muito distantes da ideia de nação, aliás, desconhecida na tradição oral dos índios; expressão que facilitará o reconhecimento de seu território (parte constituinte de uma nação, daí a importância dessa denominação) como independente da soberania nacional brasileira;

– Novos anteparos jurídicos para mediar conflitos de terra (PNDH-3) = abolição da propriedade privada; grupos de membros da sociedade civil (ver sociedade civil) que decidirão se os proprietários rurais ou urbanos que tiverem seus bens espoliados por invasores dos movimentos sociais (ver movimentos sociais) têm direito a recorrer à Justiça na defesa de seus interesses (ver função social da propriedade);

– Quilombos = pretensas propriedades historicamente habitadas por escravos fugidos, mesmo que na área não houvesse, no tempo da escravidão, nenhum refúgio ou que a área fosse fundo de mar mais tarde aterrado, centro de núcleo urbano, proximidade de aquartelamento ou repartição policial, o que, por certo, a contraindicava para ser local de homizio de fugitivos;

– República Federativa do Brasil = República Socialista do Brasil ou República Sindicalista do Brasil;

– Sociedade civil = agrupamento de sindicatos, ONG e “movimentos sociais” que são convocados para aplaudir, aprovar e atestar o espírito democrático das invenções legislativas do governo, assumindo função para a qual não foram eleitos.

Convido-o, Novo Camarada, a acrescentar outros termos da novilíngua politicamente correta ao dicionário acima. Por certo, a relação é muito extensa.

 

Gen Div Clovis Purper Bandeira – Clube Militar

 

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