Cidade assassina

Carmesim era a cor do fim. O tempo todo duvidou da dúvida. Sei lá o que passava pela sua cabeça, que monstros enfrentava. Talvez gostasse de duvidar de tudo ou não. Escorregou na curva enquanto esfregava feridas. Morrer, só se fosse de morte morrida. Duvidava, dividia-se e, quando podia, divertia-se. Achava que assim cavava da cova a vida. No balcão, pediu um copo d’água no qual afogou um pouco da secura. Indignava-se com extrema facilidade. Aliás, a sua indignição vinha patenteada por sentimentos sinceros. Depois do copo d’água, palitou os dentes. A cidade ancorada em suas presas. Cidade perversa, às avessas. A cidade com seus pesadelos. Cidade assim não suporta felicidade alheia, mata gente pelo olhar do nunca. A cidade carcomia pequenas e grandes alegrias. Numa cidade assim, ele não queria viver mais não. Cidade dos infernos, esbravejou. Cidade assassina. Matava e ainda mata porque matar por matar lhe é muito mais natural do que amar por amor. Como disse: carmesim era a cor do fim ou não.

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