PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO: DEMAGOGIA, ALIENAÇÃO E DESCASO.

ESN: 16675-080201-838850-87

 

Olímpiadas da demagogia

 

Para o que serve uma prefeitura? Para o que são pagos regiamente um prefeito e todo um séqüito de vereadores que, na maioria dos casos, constituem um verdadeiro grupo de parasitas sugando recursos preciosos de uma cidade sem dar nada em troca?

Em uma prefeitura, o prefeito e os vereadores servem para gerir a cidade e buscar o que de melhor há para ela e seus habitantes. Pensar em leis, realizar obras, fiscalizar normas e punir os infratores.

Mas, grande parte das prefeituras brasileiras – e notadamente na cidade do Rio de Janeiro – serve apenas para facilitar a transgressão, a malandragem e aporrinhar o cidadão que cumpre as leis e paga seus impostos em dia.

Parece incrível e improvável não é mesmo? Mas, aqui no Rio de Janeiro, essa é a única função da prefeitura, do prefeito e dos vereadores.

Exemplos práticos não faltam: fiscalização pífia sobre camelôs; apoio a construções ilegais; má conservação de ruas e monumentos; denúncias de negociatas e de envolvimento com milícias; passividade e inação diante de problemas graves como a drenagem das ruas e a manutenção de árvores e praças; flerte com a especulação imobiliária e uma infinidade de problemas provocados pela má administração, descaso e completa ausência de compromisso com a cidade e excesso de compromisso consigo mesmo.

Na última semana; mais um desses exemplos veio ao conhecimento dos cariocas e causou espanto até nos mais ferrenhos defensores do prefeito Eduardo Paes. Em Jacarepaguá, e em diversas áreas da Zona Norte e Oeste, terrenos serão desapropriados para a construção do Transolímpico; um corredor de alta velocidade para ônibus que ligará o aeroporto internacional e a Barra da Tijuca – região onde estarão concentradas as delegações e muitas das atividades das Olimpíadas.

Até aí tudo bem. A cidade se desenvolve e as desapropriações são o meio correto e normal de criar espaço para os novos aparelhos urbanos. Mas, o problema não são as desapropriações em si. O problema é o estabelecimento de determinados critérios “estranhos” para fazê-las.

Na área da Taquara – um sub-bairro de Jacarepaguá – um condomínio construído observando-se todas as normas, exigências e especificações da prefeitura e dos demais órgãos públicos será desapropriado e demolido para dar lugar à estrada.

A área estava degrada e ambientalmente destruída. Recebeu exemplares da mata nativa e voltou a ser habitat de espécies raras da fauna carioca. O condomínio, preocupado em manter o meio ambiente sob o menor impacto possível, tem estação de tratamento de esgotos própria e uma equipe que cuida da reserva florestal e de todo o processo de tratamento das águas utilizadas pelos moradores.

A desculpa da prefeitura é economizar 600 milhões de reais com a redução de tamanho de um túnel para evitar a desapropriação do condomínio – conforme previsto no projeto original. Muito louvável economizar recursos públicos que poderão ser usados em outras áreas.

Tudo estaria muito bem se o tal condomínio que recuperou uma área degradada, cumpre as leis de postura municipal, tem “habite-se”, trata seus esgotos e efluentes, valoriza a área em torno dele, paga IPTU e transformou-se em um refúgio de espécies raras de pássaros não fosse cercado de favelas compostas por invasões, construções ilegais que não pagam impostos e jogam seus esgotos diretamente nos rios – através de valas “a céu aberto” – são focos de “gatos” (ligações ilegais) de água e luz e fonte de toda sorte de problemas legais e ambientais possíveis e imagináveis.

 

Eduardo Paes

 

A pergunta que não quer calar é muito simples na realidade: Por que, nome dos deuses, desapropriar o condomínio legalizado, estruturado, com reserva ambiental e cumpridor da lei e permitir que a favela – fruto de invasão – que lança esgoto “in natura” no ambiente e é foco de dezenas de ilegalidades permaneça no local?

Infelizmente, caro leitor, a resposta é muito simples: Demagogia pura.

Afinal de contas, desapropriar a favela, transformaria o prefeito em “inimigo dos pobres”; enquanto perseguir moradores com um poder aquisitivo mais expressivo é “bom para o povão”. Afinal, quem produz e paga impostos deve mesmo ser perseguido para mostrar que, no Brasil, os pobres “agora têm vez”.

Por que não se remove a favela e se dá moradias dignas – com esgoto e infraestrutura adequada – aos moradores; melhorando definitivamente suas vidas e distribuindo títulos dos lotes legalizados? Muito simples de responder também; uma obra dessas não ficaria pronta até as próximas eleições do ano que vem e o prefeito poderia ser prejudicado em seu principal curral eleitoral que é a Zona Oeste. Assim, é mais garantido “fazer uma média” com o populacho do que resolver definitivamente os problemas que afligem aquela população.

Com isso perde o bairro – que ficará sem uma área verde importante e terá toda a região desvalorizada e depreciada ambientalmente – perde a cidade – que manterá uma ou mais favelas emporcalhando seus rios e abrigando cariocas em condições sub humanas – perdem os usuários do Transolímpico que, ao invés de uma linda paisagem verde e o canto de pássaros raros em suas viagens, terão apenas o esgoto a céu aberto e um emaranhado de barracos para apreciar – e, principalmente, perdem os favelados – que continuarão morando aglomerados e pisando em suas próprias fezes para entrar e sair de casa.

Assim pensa a Prefeitura do Rio de Janeiro.

Azar o nosso.

Pense nisso.

 

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