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Desde que me conheço por gente os céus me encantam. Os céus são como o dia: nenhum é igual ao outro. Os céus são muitos. Às vezes, comparo-os com portas, tampas, o mundão todo. Comparações são perigosas, mas é que ficou mais difícil tomar porções de céu, pelo menos, na minha cidade. Pra que tanto prédio, meu Deus? Pra quê? Outro dia mesmo, tentava observar o céu pelo desvão dos pensamentos. Os céus. Para alguns, o céu é um objetivo. Para outros, é o além. Para mim, antagonicamente, é tudo o que me falta e tudo o que tenho. As coisas que amo, gosto de assistir (sem intervalos comerciais) no telão do céu: pássaros em revoada, manhãs azuis, tardes avermelhadas, noites relampejadas. O céu com o luar de Catulo, o céu depois do céu na poesia de Arnaldo Antunes, o céu de antimônio claro como a claridade da luz cantado por Déo Lopes… Os céus. O céu. Essa coisa que nunca sai de moda, mas que é sempre uma novidade.
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