Tempestades passam

Quando o dia amanheceu já era outono. O verão fora chuvoso demais naquele ano. Choveu muito por dentro e por fora. Achou que o dilúvio não cessaria jamais, mas veio a estiagem e com a estiagem um pouco de coragem para enfrentar as avarias provocadas pelas chuvas. As chuvas o atemorizaram, o encolheram em seu estado de insignificância. Ficou alagado – por dentro e por fora. Móveis perdidos, sentimentos encharcados. A vida, aquele apagão, como um time de futebol que toma um gol atrás do outro e não reage e sofre uma acachapante goleada. Foi assim que ficou. Se era verão no mundo de fora, no mundo de dentro, tempo de tempestades, de tsunamis, de furacões. Pensou: “tempestades passam”. Um pássaro solitário, ele ouviu ao longe. Sentiu como se estivesse no deserto do Saara, nos desertos do mundo de dentro e de fora. Essa dicotomia: dentro e fora; claro e escuro; bonito e feio; triste e alegre… Gostava do outono, época de colheita. Seguiu o pássaro solitário, aquele homem a caminho do ocaso.

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