Você já ouviu falar em Mary Parker Follet?

Na década de 1920, Mary Parker Follet foi a única pesquisadora a entender os limites da Administração Científica de Taylor, defendendo a dimensão criativa dos trabalhadores.

No primeiro capítulo de Mary Parker Follet: Profeta do Gerenciamento – que é uma reedição de alguns capítulos de Creative Experience, de 1924 – Follet foi a primeira estudiosa a introduzir o conceito de circularidade na interação dos seres humanos.

O que se entende por comportamento circular são a confrontação e o jogo livre na exposição de idéias em uma discussão aberta. As idéias das pessoas são recolhidas e sobre elas se oferece uma nova “simbiose” que pode ser absorvida por outro. Há uma integração das diferenças. Surgindo um conflito, as soluções só podem ser encontradas somente com a participação de todas as partes, não por meio de uma “psicologia de adaptação”, mas de uma “psicologia de invenção”.

Nessa interação, a dinâmica não responde a uma lógica behaviorista de estímulo e resposta, mas a uma “psicologia de invenção”.

A dinâmica circular que se instaura no grupo pode sugerir duas espirais opostas: um círculo vicioso e negativo, que leva à esterilidade e à desagregação, ou um círculo virtuoso e positivo, que leva à criatividade e ao desenvolvimento.

No momento em que um membro do grupo toma posição frente aos demais, os outros também tomarão uma posição em relação a ele. A hipótese do círculo de desenvolvimento que segue a espiral positiva prevê que o comportamento socialmente integrador em uma pessoa tende a induzir um comportamento análogo – socialmente integrador – nos outros. Instaura-se, assim, um clima favorável que, de acordo com Domenico De Masi, “multiplica e enriquece a troca de informações em todos os níveis, elimina as ameaças e os medos, potencializa a coragem de tentar e errar, atrai do exterior os melhores cérebros, protege os participantes com personalidades mais fracas e os ajuda a permanecer no grupo, determina a sintonia e a ‘extensão de onda’ comum, graças às quais é mais fácil colher as mais sutis intuições, que freqüentemente se revelam resolutivas.”

Os conceitos desenvolvidos por Follet, no início do século passado, foram (re) descobertos por outros estudiosos da Administração anos mais tarde.

Por que poucos conhecem Follet e lembram de sua obra?

A resposta foi dada pelo próprio Peter Drucker, que reconhece em Mary Parker Follet o que ele chamou de “profeta do gerenciamento“.

As idéias, conceitos e preceitos desenvolvidos por Follet foram rejeitados nos anos 30 e 40, e por isso pouca gente houve falar dela hoje em dia. Na verdade, os ensinamentos de Follet eram incompreensíveis, naquela realidade. A sociedade estava dominada por uma crença profunda na luta de classes. Patrões e empregados em eterna posição antagônica.

No Brasil, houve uma tentativa de resgate da obra de Follet. Na década de 90, a Editora Quallitymark lançou Mary Parker Follet: Profeta do Gerenciamento, reunindo as principais passagens de seus livros. Não foi o bastante: o título está fora de circulação e só pode ser encontrado em sebos e bibliotecas – o que eu recomendo, pois a leitura é fascinante e extremamente atual!

A questão é que o mundo da Administração não deu a Mary Parker Follet o reconhecimento que lhe é devido. Ela se antecipou a muitos dos “gurus” que hoje veneramos, falando antes o que eles vieram a repetir muitos anos depois.

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