A MÍDIA, SARNEY, IDELI, O POVO E OS INIMIGOS DAS INSTITUIÇÕES.

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Fora Sarney visão panorâmica

 

Quem você pode considerar como um inimigo seu?

A pessoa que aponta seus defeitos, batalha para você melhorar e está sempre com você ou aquele bajulador, adulador, que compactua com todas as suas transgressões e te abandona quando consegue o que quer ou quando “a casa cai”?

Eu considero o segundo como um inimigo oculto e extremamente perigoso que se aproveita de nossas vaidades para tirar vantagens do que podemos oferecer ao seu próprio benefício.

Com isso, você já deve saber, quero me referir às declarações do senador José Sarney ao tachar a mídia de “inimiga das instituições representativas”. É engraçado ouvir uma sandice como essa de um indivíduo que é acusado de inúmeras irregularidades e de ter transformado o senado federal na privada do quarto de empregados da sua mansão.

Como certamente na qualificação de “mídia” ele incluiu a Internet e todos os que militam pela cidadania, pela transparência e pela ética na política através de sites e blogs; digo que Sarney inverte totalmente a realidade e mostra viver mesmo numa realidade alternativa, onde a lama é a água límpida e a podridão, que paira no ar, o aroma das flores.

Eu nunca vi políticos que não freqüentam as páginas onde escândalos e falcatruas que cometeram são relatados referirem-se à mídia ou a qualquer outra coisa como inimiga das instituições. Ao mesmo tempo, assistir a votação da emenda que previa a censura na Internet ontem (15/09) me transportou para um mundo de fantasias e repleto de heróis libertários e dominados pelo profundo sentimento cívico de defesa da liberdade e da democracia em que até me senti um vilão mau e rancoroso.

Sarney discursou do plenário como um mártir oprimido. Com o peito inflado de indignação e revolta, reafirmou suas posições favoráveis as liberdades constitucionais; Renan Calheiros se manifestou contra a censura e contra as limitações da liberdade de informação, Mercadante defendia com uma convicção, irrevogável e total, o texto de uma emenda libertária e que foi lida por Azeredo até quase as lágrimas: “É livre a manifestação do pensamento vedado o anonimato”. Aplaudido e ovacionado, por um plenário repleto de estadistas revolucionários, Azeredo fez questão de dividir as honras com Mercadante. Afinal, sem a brilhante participação do senador Mercadante, não haveria a criação dessa emenda. A voz embargada traía o desejo de derramar-se em lágrimas de júbilo.

 

Sarney, Lula, Mercadante

 

De repente, um flash explode em minha face e me traz de volta a realidade. Num momento, a lembrança de que esse texto não é invenção de ninguém e não é fruto do brilhantismo de nenhum careca, cabeludo, barbudo ou bigodudo presente no plenário. O pensamento de que nem mesmo foi “costurado entre um cafezinho e uma água gelada” como noticiaram alguns jornais puxa-sacos. Esse texto já está expresso na Constituição. E, só foi utilizado, porque perceberam que iriam passar vergonha ao aprovar o que realmente queriam: a censura total aos blogs de opinião. Já que seria impossível mantê-la sem que se desmoralizassem completamente.

Por essas e outras; ao ouvir e ver Sarney dizendo-se, mais uma vez, vítima de “inimigos”; penso em quais podem ser os verdadeiros inimigos da nação: a mídia “formal”, a Internet e os blogs de opinião ou os políticos corruptos e os que transformam seus mandatos em verdadeiros vasos sanitários?

Sarney e Ideli Salvatti defendiam com tanto fervor a liberdade de expressão que quase me esqueci da censura ao Estadão encampada por Sarney e da censura ao Tijoladas encampada por Ideli. Quem pode ser mais inimigo das instituições do que eles mesmos? Afinal de contas, ambos sabem que a maioria da população não acompanha a política. Usam esses discursos que, na prática, mostram-se mentirosos (dadas às ações de ambos em prol da censura) como forma de “aparecerem bem na foto” quando os noticiários de TV editarem as reportagens e mostrarem “seus discursos inflamados e apaixonados em prol da defesa da liberdade de expressão”.

Enquanto isso, todos os elementos existentes numa das mais terríveis crises que nossas instituições já sofreram (há menos de trinta dias) ainda estão presentes e atuantes. Plenamente abafados por uma vitória do Brasil sobre a Argentina e pela bela manobra do “bode na sala” que consistiu essa proposta de censura a Internet.

E você leitor; a quem você definiria como inimigo das instituições?

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Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Visâo Panorâmica. A reprodução só é permitida com autorização expressa do autor. Solicite atravéz daqui:arthurius_maximus@visaopanoramica.com

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