BANCO PANAMERICANO, SILVIO SANTOS E A CONTA.

ESN: 16675-080201-838850-87

 

Brasil, um país de todos

 

Você já ouviu falar dos bancos Sul Brasileiro, Maisonnave, Santos, Comind, Credireal, Brasilinvest e Columbia entre outros?

Se você tem mais de 40 anos, certamente ouviu falar de todos eles e de muitos outros bancos liquidados pelo Banco Central ao longo dos anos de 1980, 1990 e até os dias de hoje. Todos esses bancos tinham algo em comum: Uma gestão fraudulenta ou incompetente que levou a rombos superiores aos seus patrimônios.

Sempre que isso acontece, o Banco Central entra no sistema para impedir que o banco continue operando e contamine as demais instituições, provocando um efeito dominó que poderia prejudicar milhões de depositantes e investidores pelo país a fora.

Durante o inicio do Plano Real a situação dos bancos era tão frágil que os governos de Itamar Franco e FHC se viram obrigados a estudar um sistema que garantisse um socorro imediato e de curto prazo aos bancos e impedisse a falência de instituições que, apesar de operarem dentro das normas, enfrentassem problemas momentâneo de fluxo de caixa. Nascia o PROER e, com ele, o Fundo Garantidor. Esse fundo, nada mais era, do que um socorro de curto prazo para que os bancos superassem pequenos problemas e evitassem a necessidade de intervenção formal.

Mas, como o título já diz, o caso aqui é a recente crise no Banco Panamericano, ex-propriedade de Silvio Santos e a posição inédita do governo em correr no auxílio do empresário e de sua instituição financeira repleta de fraudes e irregularidades.

Mesmo com todas as declarações de pessoas ligadas ao governo Lula, ao Banco Central e ao Ministério da Fazenda, o socorro ao Panamericano foi uma das operações mais nebulosas da história financeira do país. Talvez só comparável ao escândalo do Banco Marka na época do governo FHC (relembre o caso aqui).

 

Corrupção e desvios Guto Cassiano

 

Para início de conversa, o Panamericano já reunia condições para uma intervenção do Banco Central desde o ano de 2009. Mas, ao invés disso, o governo Lula – através da Caixa Econômica Federal – comprou boa parte das ações do banco e injetou milhões de reais de dinheiro público que garantiram apenas mais um ano de respiração ao banco de Silvio Santos.

Como a gestão fraudulenta não foi encerrada, a injeção de dinheiro feita pela CEF foi como uma gota d’água numa chapa quente e, antes do fim de 2010, o Panamericano já estava insolvente mais uma vez. Novamente, ao invés de ser decretada a intervenção, a CEF fez novo aporte de capital e ampliou sua participação na “brincadeira”. Isso sem que, antes, a emissora de Silvio Santos patrocinasse um dos maiores “equívocos” jornalísticos da história ao “modificar” a agressão sofrida por José Serra no Rio de Janeiro e reproduzir imagens de uma bolinha de papel sendo atirada contra o candidato da oposição, momentos antes da agressão efetiva, vendendo claramente a ideia de que todo o caso não passava de uma farsa.

A armação ficou clara porque o governo e os principais líderes do PT apressaram-se em usar as imagens e “o fato” para ridicularizar o candidato e fixar – através da militância – a imagem da “fraude”. Outras emissoras provaram tratar-se de momento diverso ao da agressão e mesmo, uma semana depois, o próprio SBT vir a público e assumir o “engano”, afirmando que “não autorizava o uso político das imagens”; o estrago na imagem (já pouco simpática e apagada pelo discurso incompetente) do candidato oposicionista foi devastador.

O mais estranho nisso tudo é que, dias depois, um empréstimo “a perder de vista” e sem juros do Fundo Garantidor – que só poderia ser usado por instituições livres de ilícitos – Salva o Panamericano da intervenção mais uma vez. A cereja do bolo é que, quando as eleições acabaram, o rombo já passava dos 4 bilhões de reais (2 bilhões assumidos pela CEF) e só aí foi que o governo finalmente obrigou Silvio Santos a entregar a administração do Panamericano para a CEF.

Agora, numa jogada final de mestre, Silvio Santos vende o banco praticamente saneado, livra suas empresas da penhora do empréstimo dado pelo Fundo Garantidor e ainda embolsa a “singela” quantia de 450 milhões de reais.

No fim das contas, Lula se livrou de dar explicações sobre mais esse escândalo, ridicularizou a oposição e fez o seu sucessor; Silvio Santos se livrou de uma dívida enorme, que ameaçava todo o seu patrimônio, e ainda embolsou “um cascalho”; os correntistas do Panamericano ficaram felizes e os acionistas serão recompensados pelo comprador da parte de Silvio.

Só sobrou um pequeno detalhe: o rombo de 4 bilhões de reais.

Mas, não se preocupe, essa conta é você que vai pagar.

Pense nisso.

 

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