FANATISMO, RELIGIÃO, DATENA, EXEMPLOS E DEUS NO CORAÇÃO.

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Pastor americano ataca o corão

 

O que as ameaças de queimar o Corão, feitas por um obscuro pastor norte-americano, podem ter a ver conosco aqui no Brasil? O que isso pode influenciar em nossas vidas e qual importância essa notícia tem para todos nós? Afinal de contas, não somos alvos do terrorismo muçulmano e a relação direta da turma do PT com o cento irradiante de terrorismo mundial que é o Irã nos dá até uma certa segurança em relação a isso. Mas, por mais estranho que possa parecer, essas questões – e muitas outras – são respondidas com uma única sentença: Tudo.

Sim, esse obscuro pastor bigodudo lá do interior dos EUA com pouco mais de 50 membros em sua Igreja Batista, conseguiu colocar toda nação americana em estado de apreensão e alerta máximo; simplesmente usando das mesmas táticas que o terror islâmico usa.

O fanatismo religioso e o fundamentalismo não são ferramentas de direito único dos muçulmanos. Na realidade, quem criou isso tudo fomos nós os cristãos. Não acredita? Está horrorizado? O editor é um idiota excomungado e filho do capeta?

Não caro leitor. Cristãos, muçulmanos, judeus e algumas outras religiões viviam em relativa paz e harmonia até que alguns idiotas fundamentalistas cristãos resolveram impor a sua visão dos ensinamentos de Cristo aos outros. Assim, começaram a surgir às expedições de combate, os “Guerreiros de Deus” e outras idiotices que culminaram nas Cruzadas e no surgimento do primeiro grupo terrorista árabe fundado por Hassan bin Sabbah Homairi: Os Hashashin (denominação que daria origem à palavra assassino).

 

Fanatismo religioso

 

Enquanto os cristãos decapitavam mulheres e crianças árabes e assassinavam tudo o que se movia nas cidades ocupadas por eles, o velho Hassan começou a enviar seus discípulos para eliminar, seletivamente, líderes cristãos ou pessoas que ele julgava importantes.

Não convém ficar dissertando sobre história aqui – até porque o texto ficaria enorme – mas, precisamos entender que o fundamentalismo e o fanatismo se mascaram normalmente de uma coisa boa; no entanto, trazem em seu cerne a perniciosa semente da crueldade humana disfarçada de boa ação. Quem não se sentiria bem defendendo os valores familiares, a bondade, a justiça e um bem maior pregado por sua religião? Mas, antes de tudo, é preciso compreender que não há “verdade suprema”. O próprio cristianismo foi corrompido e modificado ao longo dos séculos para servir de instrumento de opressão, morte e tortura de milhões de seres humanos. A violência é inerente a qualquer religião por um simples fato: Toda religião vem do ser humano e é criada apenas para satisfazer as necessidades de um grupo.

O avanço do fanatismo vem sendo notado, desde o fim dos anos de 1990. A tal “Era de Aquarius”, que levaria a humanidade para um novo patamar de iluminação espiritual, na realidade acabou representando justamente o contrário. Aqui no Brasil, em especial, com o surgimento das igrejas evangélicas voltadas para a teologia da prosperidade e que precisavam captar um grande volume de fiéis para que a prosperidade real as atingisse, o fanatismo e o fundamentalismo se acentuaram em nosso país e passamos a ver episódios dantescos como surras e invasões em terreiros de umbanda, chutes em imagens sacras em rede nacional, perseguição a homossexuais e toda uma série de praticas cujo único objetivo é transformar as pregações em um show e tentar iludir os fiéis, fazendo-os acreditar que a culpa de todos os seus problemas é do Demo (que está sempre representado pela religião do outro ou por seu comportamento “reprovável”).

Como todo culto religioso que promove esse tipo de coisa, elas prosperaram e desbancaram as outras religiões mais “clássicas” em número de seguidores. Mesmo usando a Bíblia como citação e justificativa dos maiores absurdos e falsas interpretações, essas religiões prosperaram e influenciaram enormemente no retorno do fundamentalismo em nosso país e no mundo.

Mas, o pior é quando esse tipo de fundamentalismo imbecil chega à televisão em cadeia nacional patrocinado por pessoas que deveriam tomar mais cuidado com as coisas que dizem. Outro dia, fazendo compras numa loja próxima de casa e enquanto esperava o pacote ser feito, a televisão ligada chamou minha atenção. Na Rede Bandeirantes, o programa do Datena exibia uma enquete ao vivo perguntando se o mal era provocado pelas pessoas “sem Deus no coração”. Enquanto isso, o apresentador tecia milhares de abobrinhas e imbecilidades sobre criminosos dos mais variados tipos e que todos eles só poderiam ser pessoas “sem Deus no coração”. Ateus e pessoas sem religião (não são a mesma coisa) não poderiam ser pessoas boas porque só Deus dá as pessoas à capacidade de amar ao próximo e impedir que crimes violentos sejam cometidos.

 

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Ora. O que o apresentador fazia era simplesmente vomitar o seu preconceito e o seu desconhecimento da própria religião que diz seguir em cadeia nacional e fomentar o fundamentalismo e o preconceito religioso. Afinal, basta percorrer as cadeias e penitenciárias do país para encontrar os mais ferrenhos devotos do planeta. Jesus e a Bíblia estão por toda parte. Raríssimas são as exceções a esta regra. Os maiores massacres da humanidade foram cometidos em nome de Deus. Deus também estava no coração dos torturadores da Inquisição e nos soldados cruzados que baixavam suas espadas sobre as cabeças de crianças árabes indefesas. Deus estava no coração dos sacerdotes e dos senhores de escravos ao definirem índios, negros e chineses como pessoas inferiores e “sem alma”.

Deus estava no coração dos corruptos que oraram fervorosamente ao receberem a propina responsável pela morte de milhares de pessoas nos hospitais públicos sucateados e sem remédios ou profissionais; dos que morreram pela violência provocada pelo mau aparelhamento da polícia e por todas as outras mazelas que conhecemos tão bem.

Deus está no coração dos intolerantes que apedrejam mulheres, enforcam homossexuais, aprisionam inocentes e ordenam a morte de inocentes em nome de seus ideais e como simples forma de protesto.

Deus comandou assassinatos cruéis e a morte de milhões de pessoas nas mãos dos seus fanáticos adoradores ao longo dos séculos. Sob nenhum outro senhor se matou, se mutilou, se corrompeu ou se cometeram injustiças como em nome de Deus.

 

Deus não aguenta mais

 

Jesus Cristo jamais desejou ser “um Deus”. Toda a sua vida, sua pregação e sua morte sempre foram pautadas pela tolerância ao diferente, pelo entendimento e harmonia entre os homens, pelo respeito ao próximo e pelo desprezo as religiões. O Cristo “Deus” é uma invenção da Igreja Medieval (Concílio de Nicéia). Nessa grande reunião é que Jesus foi elevado à condição de “Deus” e deixou de ser um homem (como era reverenciado até então). Perdeu-se ali a principal força de sua mensagem e o magnífico alcance de seu sacrifício. Pois, ao invés de um “ser divino” e dotado de poderes além da imaginação e das possibilidades de qualquer ser humano; Cristo fez tudo aquilo: Enfrentou os poderosos, cativou multidões, curou doentes e estabeleceu uma filosofia que sobreviveu ao quase extermínio de seu povo e a inúmeras perseguições sendo apenas um ser humano como outro qualquer.

E essa é a principal fonte de seu poder e da força da mensagem. Se ele, que era como nós, podia dizer e viver por aqueles ensinamentos; qualquer um também poderia. Mas, sendo um “Deus”, logicamente era um ser dotado de poderes além do alcance de qualquer mortal e, por isso, inatingível. Você percebe como a mensagem se enfraquece?

Infelizmente, o fundamentalismo e o fanatismo têm o apelo poderoso da ignorância e a aparente bondade e sinceridade que emana dela. Mas, resta a esperança de um dia o ser humano chegar à conclusão de que as religiões são ótimas nos livros de história.

Até lá; continuaremos a mercê dos idiotas.

Pense nisso.

 

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