FORA SARNEY, BIOGRAFIAS E O DITO PELO NÃO DITO.

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Fora Sarney

A maldição do segundo mandato finalmente parece ter pego José Sarney de jeito. Apanhado em outra mentira, o senador viu hoje a sua defesa, de que nada sabia dos atos secretos e que nunca teve influência sobre nenhum deles, cair por terra.

A divulgação das conversas telefônicas entre a neta de Sarney, seu filho e o próprio senador demonstraram (sem sombra de dúvidas) o que todos nós já sabíamos: Agaciel jamais teria poderes para fazer o que fez sem ter senadores ordenando que assim procedesse.

Em nenhuma hipótese a defesa apresentada pelo senador Sarney, e por grande parte da mesa diretora do senado, de que os atos secretos não passaram de “atitudes de um tresloucado” pode ser levada agora em consideração. A interpelação da neta e a interferência clara de José Sarney, ao ordenar a contratação do namorado dela (e a efetivação dessa contratação); destroem qualquer tentativa de validar essa defesa.

Ao mesmo tempo, essas gravações, jogam Sarney na vala comum do mentiroso contumaz. Pois o senador já foi apanhado por seus iguais, quando mentiu sobre o seu papel frente a Fundação Sarney (ao dizer que não tinha poder de decisão, que não participava da administração e nem de qualquer assunto referente a ela) foi desmascarada por documentos assinados por ele próprio solicitando empréstimos e liberação acelerada de verbas para projetos da sua fundação.

Resta saber agora, se Sarney terá o mesmo destino dos outros presidentes do senado e dos senadores que foram ameaçados de ter seus mandatos cassados porque mentiram aos seus iguais (não pelos seus supostos crimes) e acabaram renunciando aos mandatos para não perderem os seus direitos políticos.

 

Fora Sarney

Mesmo com tudo isso é importante reafirmar que José Sarney não é o vilão-mor e nem o capo mafioso que a imprensa parece querer pintar. Ele nada mais é do que apenas “mais um”. Isso mesmo; “mais um” como tantos outros ou “mais do mesmo” se você preferir. A corrupção, o coronelismo e o trato da coisa pública como se fosse um bem pessoal e transferível a sua família é um comportamento natural e comum do homem público brasileiro (ou pelo menos da grande maioria).

A clara fala do filho de Sarney ao afirmar nas gravações “a vaga é nossa”; determina como essa gente enxerga “a coisa pública” e o dinheiro que sai do seu bolso, em forma de impostos, e vai para os cofre da nação.

José Sarney é apenas um símbolo de um Brasil que não queremos mais. É “a bola da vez” e a representação de tudo o que o brasileiro acha errado e perverso em nosso sistema político. No entanto, ele nada mais é do que um fruto de nossa própria sociedade, de nossa apatia e de nossa falta de civilidade e cidadania. Ao final de tudo, José Sarney não é cidadão de Marte ou de Plutão. Não é norte-americano, coreano ou japonês. Ele é um cidadão brasileiro com dezenas de anos vividos em cargos eleitorais.

E quem foram os responsáveis por isso?

Nós mesmos.

Por isso, derrotar Sarney e sua forma de pensar e de gerir a coisa pública é derrotar o jeito antigo de pensar dos políticos nacionais e a forma indolente e alienada como tratamos a política. É enviar uma mensagem de que posturas assim não serão mais toleradas quando descobertas e que, independente de biografias ou de serviços prestados no passado, um político deve ser julgado por sua hombridade e pela capacidade de respeitar o cidadão a cada instante.

Caso essa derrota não ocorra, continuará o dito pelo não dito e tudo voltará ao “normal” em nosso país repleto de exploradores e de explorados que adoram sua condição de mansas ovelhas.

Pense nisso.

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Este artigo foi escrito originalmente para o Blog Visâo Panorâmica. A reprodução só é permitida com autorização expressa do autor. Solicite atravéz daqui:arthurius_maximus@visaopanoramica.com

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