Paulo Netho

O rebaixamento

Foto: www.sapo.ptNunca me esqueci daquele dia. A notícia agitou a turma. Um menino, um todo sabichão, chegou esbaforido e já foi logo dizendo que Plutão havia deixado de ser planeta. Assim do nada, num piscar de olhos. Como assim? Ora, ele ouviu o ...

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O flautista da rua José Cianciarullo

Sábado à tarde. As pessoas iam apressadas até toparem com ele, o flautista da rua José Cianciarullo, no centro de Osasco. Com a mão direita o homem segurava um guarda-chuva preto, todo desgrenhado pelo vento. A mão esquerda apoiava a flauta doce...

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Branquidão estacionada

Noite ancorada. Deslindou cada vão dela. Lá embaixo, a rua vazia enchia os seus olhos esvaziados. Lá em cima, as estrelas ilustravam seus desatinos. Sempre gostou de apreciá-las antes de consumir-se no melhor do sono profundo. A branquidão estacio...

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Sobre solidariedade e generosidade

A vida mudou. Que fim levou o povo que aqui vivia? O Zé ainda mora lá. Tá gordo feito um boi. O seu Antônio? Morreu. Acho. E o Carlão? Este sumiu. Desapareceu. Faz 10 anos. Noiou. Justo ele que abominava essas drogas. Os acontecimentos o fraquejar...

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Lampejos

Essa mania de negativas já encheu. Lampejos de vida. O menino inventando saídas....

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Passos de algodão doce

Enquanto você olha assim desse jeito. Discretamente, sem que você me perceba, eu a sigo. Sigo seus passos de algodão doce. Dou ré nas coisas sem graça. Você é diferente. Não finge o que sente e, muito menos, é dessas que gostam de enlatar arr...

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Jamais, muchacha!

Como nada aconteceu? Você quer que eu faça de conta? Jamais, muchacha! Jamais. Vim de uma região onde o passado não passa nunca. De onde vim não cultuamos o esquecimento. Esquecer é morrer que viveu. Aí, vem você e diz que nada aconteceu! Qual?...

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Abril despetalado

Estava tudo certo. A gente ia viajar se a gente não tivesse brigado. Você foi embora com a outra. Abandonou-me, sim. Foi. Vi quando você saiu de mãos dadas com aquela uma ? uma histriônica. Invejosa. Quis morrer. Quase morri de ciúmes. Admito. ...

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